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Por trás da tela: o que faz do cinema uma experiência insubstituível

  • julho 25, 2025
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Tecnologia, emoção coletiva e a magia da experiência cinema.

Por trás da tela: o que faz do cinema uma experiência insubstituível

Assistir a um filme no cinema é mais do que ocupar uma poltrona diante de uma tela. É viver um ritual coletivo, imersivo, cuidadosamente orquestrado para provocar sensações que não se repetem do mesmo jeito em casa. Em tempos de streaming e televisores com resoluções cada vez mais altas, ainda assim há algo que só uma sala escura com som potente e tela gigante pode proporcionar.

Não é por acaso que nomes como Christopher Nolan e Tom Cruise são defensores apaixonados do cinema enquanto experiência. Nolan, diretor de sucessos como Oppenheimer e Interestelar, costuma dizer que “ver um filme em uma sala de cinema é uma das últimas experiências coletivas reais que restam”. Tom Cruise, por sua vez, gravou vídeos durante a pandemia incentivando o público a voltar às salas, afirmando que “nada se compara à emoção de ver um filme na telona com outras pessoas”. Eles não falam apenas da imagem ou do som. Falam da vibração da plateia, da reação ao susto, do riso coletivo, do silêncio respeitoso diante de uma grande cena.

Tom Cruise vai à sala de cinema assistir Pecadores
Tom Cruise vai à sala de cinema assistir Pecadores
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Mas o que existe por trás desse encanto?

Tudo começa com a escolha do filme e a compra do ingresso, que hoje pode ser feita facilmente pela internet ou em totens de autoatendimento no saguão. Para muitos, o cheiro da pipoca já é parte da memória afetiva do cinema. Pouca gente sabe, porém, que o milho usado nas versões salgadas costuma ser importado, por estourar mais, enquanto o da pipoca doce é uma mistura especial que adere melhor ao caramelo.

Bastidores tecnológicos da projeção

Hoje, os filmes não chegam mais em rolos como antigamente. O material é transmitido via satélite diretamente pelas distribuidoras para os cinemas, sem depender da internet. Isso garante mais segurança: os arquivos, que podem ter até 600 GB, são criptografados e só podem ser abertos com chaves específicas. Um computador central recebe o filme e o distribui internamente para as salas.

A tela é o centro dessa experiência. No Brasil, a média de tamanho das telas de cinema gira em torno de 10 a 14 metros de largura, podendo ultrapassar 20 metros nas salas premium. Em comparação, uma TV de 50 polegadas tem cerca de 1,1 metro de largura. Mesmo com uma sala escura em casa, nunca será possível replicar a escala, o impacto visual e a sensação de imersão de uma tela cinematográfica.

O som também é meticulosamente projetado. Sistemas com múltiplos canais, como o 5.1, 7.1 ou até 11.1, distribuem os efeitos sonoros em várias direções, sem contar o “.1”, que representa o subwoofer, responsável por frequências graves. O barulho de um helicóptero, por exemplo, começa do lado esquerdo da sala e atravessa até o lado direito, criando uma ilusão real de movimento. Além disso, há caixas de som posicionadas atrás da própria tela, que é microperfurada, para garantir que a voz dos personagens venha diretamente da direção em que eles aparecem.

As salas mais modernas contam com projetores digitais a laser, que combinam luzes vermelha, verde e azul para gerar milhões de cores. A resolução 4K (4096 x 2160 pixels), com taxa de atualização de até 120 quadros por segundo — embora a maioria dos filmes ainda use os tradicionais 24 fps — garante uma nitidez impressionante. E tudo é operado por computadores centrais que controlam a projeção, o som e até mesmo o acendimento gradual das luzes antes da sessão.

 

Comparativo das resoluções.
Comparativo das resoluções das telas de exibição cinematográfica.

O cinema no Brasil

No Brasil, segundo dados atualizados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), existem 3.583 salas de cinema em funcionamento em 2025. É um número significativo, mas ainda distante dos cerca de 38 mil espaços existentes nos Estados Unidos. A diferença evidencia não só o tamanho do mercado, mas também o desafio de democratizar o acesso à experiência cinematográfica por aqui.

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Gráfico quantidade de salas de cinema
Gráfico quantidade de salas de cinema

Estreia especial em novembro

Apesar disso, o ritual do cinema resiste. Ele resiste porque ver um filme ao lado de desconhecidos que riem, se assustam e se emocionam ao mesmo tempo ainda tem força. Porque existe algo de mágico no silêncio coletivo que antecede o início da sessão. E porque, como bem disse Christopher Nolan, “a grande tela é onde as histórias ganham sua escala definitiva”.

E se você ainda não marcou sua próxima ida ao cinema, aí vai uma excelente oportunidade: O Agente Secreto, novo e premiado filme de Kleber Mendonça Filho, vencedor dos prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator no Festival de Cannes, estreia nos cinemas brasileiros no dia 6 de novembro. Uma obra envolvente, pensada para ser vivida em tela grande, com som de qualidade e ao lado de uma plateia inteira em silêncio ou em emoção coletiva.

AGENTE SECRETO - Cartaz do filme
AGENTE SECRETO - Cartaz do filme

Ir ao cinema, portanto, não é apenas ver um filme. É viver algo. E, muitas vezes, lembrar disso pelo resto da vida.

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