Campanha do Dia Mundial sem Tabaco foca no aumento de fumantes, principalmente entre jovens, e reforça riscos da nicotina em todas as formas de consumo
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O Brasil registrou aumento de 25% no número de fumantes entre 2023 e 2024. Autoridades de saúde relançaram a campanha do Dia Mundial sem Tabaco e alertam para os riscos dos cigarros eletrônicos, que vêm atraindo principalmente jovens. Os custos com o tabagismo já somam R$ 153,5 bilhões por ano. O SUS oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar.
Aumento de fumantes no Brasil preocupa autoridades de saúde
O Brasil registrou, pela primeira vez desde 2007, um expressivo aumento de fumantes. Segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas que consomem produtos com nicotina cresceu 25% entre 2023 e 2024. O dado foi divulgado durante o lançamento da campanha do Dia Mundial sem Tabaco, lembrado em 31 de maio.
Com o lema “Deixa o cigarro pra lá”, a campanha de 2025 foi elaborada pelo Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer (Inca) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
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Cigarros eletrônicos lideram o aumento de fumantes entre jovens
De acordo com uma pesquisa da Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, nas capitais brasileiras, 2,1% da população adulta declarou ter usado cigarros eletrônicos em 2023. A prevalência foi maior entre jovens de 18 a 24 anos, atingindo 6,1% dos entrevistados.
Mesmo proibidos no Brasil desde 2009, os cigarros eletrônicos seguem sendo comercializados e consumidos, com forte apelo entre adolescentes. A combinação de sabores artificiais, embalagens coloridas e design atrativo contribui para a iniciação precoce no tabagismo.
Indústria do tabaco lucra, mas sociedade paga a conta
O estudo “A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta”, lançado nesta quarta-feira (28) pelo Inca e Ministério da Saúde, revelou que a cada R$ 1 de lucro da indústria, o país gasta R$ 5 com doenças relacionadas ao cigarro.
Esse cálculo leva em consideração o custo direto e indireto de mortes por DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), AVC, infarto e câncer de pulmão, associadas ao tabagismo.
Além disso, segundo um levantamento independente do Inca, o Brasil gasta R$ 153,5 bilhões por ano com os danos provocados pelo tabaco. Esse montante representa 1,55% do PIB nacional e cobre tratamentos, perdas econômicas por morte prematura, incapacidades e cuidados informais.
Tabagismo segue como causa de milhares de mortes anuais
De acordo com o Inca, o tabagismo é responsável por 174 mil mortes por ano no Brasil. O fumo passivo, sozinho, representa cerca de 20 mil dessas mortes.
As principais doenças relacionadas ao tabaco incluem:
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Infarto e outras doenças cardiovasculares
AVC
Diversos tipos de câncer
Diabetes tipo 2
Parar de fumar traz benefícios em qualquer fase da vida
Mesmo fumantes que já enfrentam doenças relacionadas ao tabagismo podem melhorar a qualidade de vida ao abandonar o cigarro.
Saiba o que acontece com o organismo ao parar de fumar:
Após 20 minutos, a pressão arterial se normaliza
Após 2 horas, a nicotina sai do sangue
Após 3 semanas, a respiração melhora
Após 1 ano, o risco de infarto cai pela metade
Após 10 anos, o risco cardiovascular se iguala ao de quem nunca fumou
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SUS oferece tratamento gratuito contra a dependência
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece apoio completo para quem deseja abandonar o cigarro. Os serviços incluem:
Acompanhamento clínico
Apoio psicológico individual e em grupo
Terapia de reposição de nicotina (adesivos e gomas)
Medicamentos como cloridrato de bupropiona
O atendimento está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Basta comparecer com documento pessoal e iniciar o acompanhamento.
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Especialistas defendem medidas para frear aumento de fumantes
Segundo a Opas, algumas estratégias podem conter o crescimento do tabagismo:
Proibição de aditivos e sabores
Padronização de embalagens
Proibição da publicidade e marketing indireto
Ambientes 100% livres de fumaça
Regulação do design dos cigarros eletrônicos
Aumento dos impostos sobre o tabaco
Essas medidas já mostraram resultados positivos em outros países e devem ser aplicadas com mais firmeza no Brasil.
Dessa forma, será possível reverter o atual aumento de fumantes e preservar vidas.