Aedes Aegypti em Friburgo: pesquisa indica alto risco
janeiro 29, 2025
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Resultado do levantamento de índice rápido de Aedes aegypti de janeiro aponta diversas localidades com alto risco de infestação
Como é feito o levantamento:
A Prefeitura de Nova Friburgo, por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, divulgou os resultados do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) de janeiro de 2025. Dessa forma, é possível obter um diagnóstico rápido da situação entomológica do município. Além disso, as ações de controle do vetor e as iniciativas de educação em saúde podem ser ainda mais direcionadas
Para que o levantamento fosse eficiente, a região urbana da cidade foi dividida em áreas chamadas de estratos. Nesse sentido, cada um desses estratos, por sua vez, agrupa localidades próximas que compartilham características socioambientais semelhantes. Ou seja, essas áreas foram organizadas de maneira a tornar a análise mais detalhada e eficiente.
No total, o levantamento contou com 10 estratos e 61 localidades. Ao longo desse processo, 4.126 imóveis foram vistoriados. Durante essas vistorias, os agentes identificaram e examinaram depósitos propícios para a proliferação do Aedes aegypti. Por essa razão, é essencial que a população colabore na eliminação dos criadouros.
O estudo ocorreu entre 6 e 11 de janeiro e resultou na coleta de 714 amostras de mosquitos em fase imatura. Curiosamente, muitos exemplares pertenciam tanto ao Aedes aegypti quanto ao Aedes albopictus, que possui características morfológicas semelhantes e a mesma capacidade de proliferação.
Atualmente, no Brasil, embora não haja registros de exemplares adultos infectados com o vírus da dengue, essa espécie é monitorada. Isso acontece porque estudos avaliam o crescimento populacional desses mosquitos e o risco que podem representar para a disseminação da doença.
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Levantamento aponta lugares com mais probabilidade de infestção:
Com base nos dados coletados, das 61 localidades analisadas, 41 apresentaram alta densidade vetorial. Dessas, 26 estão classificadas como de alto risco (risco de surto), 15 em médio risco (alerta) e apenas uma em baixo risco (satisfatório). Por outro lado, em 20 bairros e sublocalidades, não foram encontrados Aedes aegypti.
Além disso, quando se analisam os principais criadouros do mosquito, percebe-se que os depósitos móveis representam a maioria dos focos (45%). Logo em seguida, vêm os pneus (16,7%), o lixo (11,3%), os depósitos fixos (11,6%), as caixas d’água (5,5%) e, por fim, a água potável ao nível do solo (4%).
Dessa maneira, confira abaixo a classificação dos Índices de Infestação Predial (IIP) relacionados ao LIRAa de Nova Friburgo:
Alto Risco (risco de surto)
Rui Sanglard: 31,2%
Parque das Flores: 25%
Lagoinha: 22,2%
Olaria III: 18,5%
Duas Pedras: 17,6%
Belmont: 16,7%
Prado: 15,5%
Sítio São Luiz: 13,3%
Córrego D’antas: 10,3%
Bela Vista: 10,2%
Amparo III Barroso: 10%
São Geraldo: 9,5%
Cascatinha: 9,1%
Parque Maria Tereza: 8,3%
Jardim Ouro Preto: 8%
Alto da Chácara: 7,8%
Jardim Califórnia: 7,8%
Riograndina: 6,6%
Santa Bernadete: 6,6%
Amparo I Centro: 6,3%
Olaria I: 6,2%
Braunes: 5%
Santo André: 4,3%
São Jorge: 4,3%
Varginha: 4,1%
Tingly: 4%
Médio Risco (alerta)
Cordoeira: 3,7%
Conselheiro Paulino: 3,7%
Loteamento São João: 3,5%
Perissê: 3,5%
Olaria II: 3,3%
Jardinlândia: 3,1%
Chácara do Paraíso: 2,6%
Ponte da Saudade: 2,4%
Catarcione: 2,3%
Centro: 2,2%
Lazareto: 1,7%
Paissandu: 1,5%
Vargem Grande: 1,4%
Vale dos Pinheiros: 1,2%
Nova Suíça: 1,1%
Baixo Risco (satisfatório)
Campo do Coelho: 0,7%
Diante desses números preocupantes, fica evidente que grande parte da área urbana do município se encontra em risco ou alerta para surtos de arboviroses. Para se ter uma ideia, o Índice de Infestação Predial (IIP) varia de 4% (limite mínimo para alto risco) até 31,2%, o que representa um aumento significativo.
Importância do LIRAa
Levando em consideração os dados apresentados, percebe-se que o trabalho dos Agentes de Combate a Endemias (ACE) é fundamental. Isso acontece porque são esses profissionais que informam e orientam a população sobre prevenção e controle do mosquito. Entretanto, sem a participação ativa da comunidade, essas ações podem ser insuficientes.
Dessa maneira, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde reforça a importância da campanha “10 minutos contra a Dengue”. Por meio dessa iniciativa, atitudes simples podem fazer toda a diferença. Por exemplo, tampar caixas d’água, esvaziar recipientes e descartar corretamente o lixo são medidas essenciais. Além disso, essas práticas ajudam a interromper o ciclo do mosquito e protegem milhares de vidas.
Portanto, é fundamental lembrar: a prevenção começa em casa e seu impacto se reflete em toda a sociedade.