No dia 2 de agosto, o Museu Nova Friburgo inaugurou a sala “Luzes de África”, espaço permanente dedicado à história e cultura do povo negro no município. A iniciativa, realizada pela Fundação Dom João VI em parceria com coletivos negros locais, como Ysun-Okê, Lélia Gonzalez e Império das Negas, reúne peças inéditas e promove a valorização da memória afro-brasileira. A criação da sala contou com um processo colaborativo iniciado em 2024 e desenvolvido ao longo de 2025. Para os participantes, o espaço representa um marco de resistência, reconhecimento e educação. A sala também servirá como fórum de debate sobre racismo estrutural, segundo os organizadores. Com essa inauguração, o museu reforça seu papel na construção de uma Nova Friburgo mais justa, plural e comprometida com sua diversidade histórica.
Novo espaço celebra cultura negra com participação de coletivos friburguenses
Desde o início de agosto, o Museu Nova Friburgo abriu oficialmente a sala “Luzes de África”, espaço permanente que valoriza a história e a cultura do povo negro da cidade. Com essa inauguração, a Fundação Dom João VI e a Prefeitura de Nova Friburgo reafirmaram seu compromisso com a memória afro-brasileira local.
Logo após a abertura, o Coral Ouro Negro se apresentou no local, fortalecendo a proposta cultural do evento. Dessa forma, o lançamento se consolidou como marco de reconhecimento à presença negra em Nova Friburgo.
Ainda mais importante, a nova sala surgiu do trabalho coletivo de grupos negros atuantes no município. Nesse sentido, a curadoria reuniu peças raras que nunca haviam sido expostas na região. Além disso, uma equipe mista conduziu um processo de pesquisa aprofundado para contextualizar cada item.
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Sala traz reparação histórica e protagonismo coletivo
Os organizadores reconheceram que a história de Nova Friburgo foi escrita por mãos negras desde sua origem. Entretanto, o racismo estrutural e a vergonha do passado escravocrata apagaram essa memória por muito tempo.
Por isso, Ilma Santos, do Centro Cultural Ysun-Okê, explicou que a sala representa um gesto de reconhecimento e reparação. De acordo com ela,
a história de Nova Friburgo começa com a chegada do povo preto escravizado.
Em complemento, Paulo César Lourenço, do Coletivo Lélia Gonzalez, destacou o impacto da iniciativa. Segundo ele,
ver sua história contada em um espaço de memória é fundamental para as próximas gerações.
Com essa perspectiva, o espaço se consolidou como símbolo de resistência e inclusão em uma cidade historicamente apresentada como europeia e branca.
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Coletivos negros construíram o projeto em parceria com a Fundação
Para começar, a Fundação Dom João VI realizou os primeiros contatos com os coletivos ainda em 2024. Logo depois, os grupos participaram de encontros frequentes ao longo do primeiro semestre de 2025.
Durante esse processo, os coletivos Ysun-Okê, Lélia Gonzalez, Povos Formadores Pan-Africanos e Império das Negas atuaram em conjunto com a Fundação. Como resultado, o projeto se tornou uma construção coletiva e democrática.
Na visão de Michelly Felício, do Império das Negas, a parceria superou o simbolismo. Segundo ela,
foi um marco histórico de resistência, memória e construção real.
Além disso, ela ressaltou o impacto emocional do processo colaborativo.Em paralelo, os participantes estabeleceram uma rede de confiança e diálogo contínuo com a equipe do museu. Consequentemente, o projeto avançou com base na escuta mútua e no respeito às narrativas negras locais.
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Sala se torna instrumento educativo e espaço de debate
Com essa conquista, os coletivos passaram a enxergar a sala como ferramenta de transformação. Assim sendo, Ilma Santos declarou que
a nova sala dá visibilidade a uma história que tentaram apagar.
Por outro lado, ela também frisou que o espaço servirá como ambiente de discussão sobre racismo estrutural e institucional. Portanto, o local se consolida como território de formação crítica e antirracista.
De forma semelhante, Michelly afirmou que o reconhecimento da cultura negra dentro da Fundação Dom João VI simboliza um avanço no diálogo por uma cidade mais justa e plural.
Além disso, Paulo César reforçou que a abertura da sala marca um momento histórico. Segundo ele,
esse espaço precisa permanecer e ser vivenciado pelas próximas gerações.
Por fim, todos os envolvidos celebraram a inauguração como vitória da memória, da identidade e da justiça histórica em Nova Friburgo.
Museu reforça seu papel na preservação da diversidade
Dessa forma, com a inauguração da sala Luzes de África, o Museu Nova Friburgo reafirmou seu papel na preservação da diversidade que compõe a identidade da cidade.
Atualmente, o Museu funciona no prédio da Fundação Dom João VI, localizado na Praça Getúlio Vargas, 71 – Centro. Portanto, visitantes podem conhecer o espaço e refletir sobre a riqueza da herança cultural negra friburguense.