Endividamento atinge 57 milhões de brasileiros e preocupa o país
maio 26, 2025
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Especialista orienta como evitar o endividamento e reorganizar as finanças em tempos de crise
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O endividamento atinge atualmente 57 milhões de brasileiros, conforme dados da Serasa, sendo que muitos sequer sabem que estão negativados. O economista Hugo Meza alerta para os riscos do consumo excessivo e do fácil acesso ao crédito, que podem levar a uma armadilha de juros e comprometer a renda futura. Ele destaca que educação financeira é essencial para evitar esse cenário. Além disso, o especialista orienta que os consumidores conheçam sua renda, evitem compras por impulso, fujam de juros altos, construam uma reserva de emergência e estabeleçam metas financeiras. Programas como o Crédito do Trabalhador, embora vantajosos, também exigem cautela. Por fim, Meza reforça que a conscientização é a melhor forma de impedir que mais pessoas ingressem no grupo dos 57 milhões endividados, que já preocupa o país.
Endividamento atinge 57 milhões de brasileiros e preocupa o país
Educação financeira é essencial para quem está entre os 57 milhões endividados
Em primeiro lugar, a instabilidade econômica, política e social torna urgente falar sobre educação financeira. O economista Hugo Meza, especialista em gestão, finanças e inovação, faz esse alerta. Segundo ele, o fácil acesso ao crédito e a falta de controle financeiro são fatores que impulsionam o aumento da inadimplência no Brasil. Conforme dados da Serasa, 57 milhões de brasileiros estão endividados, sendo que 19 milhões já possuem os nomes negativados — e muitos sequer sabem disso.
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Consumo excessivo e juros altos: uma armadilha perigosa
Para Meza, que também é professor da Estácio, o problema vai além da renda insuficiente. “O problema não está apenas em ganhar pouco, mas também em como se gasta o que se ganha. Muitos brasileiros acabam consumindo além do que podem pagar, o que os coloca em uma armadilha de juros”, explica.
Além disso, ele destaca que vivemos uma época de juros altos. “Juros nada mais é do que o preço do dinheiro. Se a pessoa ignora esse custo, pode acabar comprometendo sua renda futura”, completa o especialista. Como resultado, milhões de famílias enfrentam dificuldades financeiras diariamente.
Ademais, a situação se agrava com a ampliação do acesso ao crédito, como no recente lançamento do Crédito do Trabalhador pelo Governo Federal. A iniciativa oferece empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada (CLT), com juros mais baixos do que os do mercado.
No entanto, Meza alerta: “É preciso muito cuidado. Se a pessoa não levar em consideração o custo do dinheiro, ela pode entrar numa bola de neve. A facilidade do crédito pode dar a falsa sensação de que se tem mais poder de compra do que realmente existe”.
Por isso, ele ressalta que assumir parcelas e empréstimos sem planejamento é um comportamento arriscado. “Quando você parcela uma compra ou faz um empréstimo, está dizendo para a economia: ‘vou pagar com um dinheiro que ainda não ganhei’. Essa decisão deve ser feita com responsabilidade, porque comprometer a renda significa abrir mão de outras necessidades no futuro”, reforça.
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Como sair do vermelho com atitudes simples
Para sair do vermelho e organizar as finanças, Meza aponta a educação financeira como o caminho mais seguro e eficaz. “Educação financeira é a base da economia de consumo. E sem essa base é impossível obter resultados plausíveis, como distribuição de renda, melhoria no consumo das pessoas ou desenvolvimento econômico”, afirma.
Confira, logo depois, algumas dicas práticas para organizar suas finanças pessoais:
Conheça sua renda e seus gastos: anote tudo que entra e sai do seu orçamento mensal.
Evite compras por impulso: pergunte-se se o gasto é necessário ou pode ser adiado.
Fuja dos juros altos: evite crédito fácil e só parcele o que realmente cabe no orçamento.
Monte uma reserva de emergência: comece com pouco, mas seja constante.
Estabeleça metas financeiras: isso ajuda a manter o foco e o controle dos gastos.
Por fim, a conscientização sobre os riscos do consumo descontrolado pode evitar que mais pessoas integrem o grupo dos 57 milhões endividados que já preocupa o país.